sábado, 12 de maio de 2012
A barata
Uma barata na lavanderia me fez perder o sono. Não era qualquer barata, era a barata. Ela deveria ter uns 8 cm. Era uma barata voadora, só poderia ser. Como ela entrou em casa? acredito que foi pela janela.
Era uma e meia da manhã e tinha acabado de assistir um filme, muito bom. Fui até a cozinha tomar um analgésico para enxaqueca. Na lavanderia fica o bebedouro. Assim que mexi no bebedouro para pegar um copo d'água, o inseto surgiu. Enorme, imponente, todo metido.
Meu deus que nojo!! Fiquei paralisada sem saber o que fazer.
O que aquele bicho estava fazendo na minha casa??? Por que invadiu a minha casa??? E agora, o que eu deveria fazer? Não dava para gritar, não dava para chamar o marido. Putz, estava sozinha naquela situação.
Lembrei de um super veneno que mata tudo. O veneno só é encontrado em lojas especializadas.
Neste momento lembrei do super inseto de Franz Kafka. Li o livro 20 anos atrás e, a imagem daquele inseto gigante vivendo dentro de um quarto não saía da minha cabeça.No livro, o protagonista se transforma em barata e, é alimentado pela família.
Precisei pensar rápido. A única saída foi pegar o veneno.
Para não causar alarde e nem assustar a barata, deveria ser fria e calculista, como a personagem do filme que acabara de assistir. O veneno estava em uma estante. Teria que seguir até lá.
Com muita calma, cheguei até o veneno e com a mesma frieza despejei toda a minha fúria naquele inseto repugnante.
O inseto gigante correu, se refugiou.
Pensei:
E agora??
Não tive dúvida. Eu não viraria uma barata gigante como o personagem de Kafka.
Agitei o veneno e joguei mais uma vez.
O balcão ficou todo ensopado com o veneno.
A barata então saiu do esconderijo.
Estava paralisada. Com as pernas para o ar.
SErá que era o momento de dar-lhe uma sapatada??
Foi. Tamanho 42. De leve para não sujar ainda mais o balcão.
Depois de 20 minutos, o inseto estava dentro do lixo.
Diferente de Franz Kafka... venci.
Precisei limpar toda a bagunça. Detergente, álcool e muito pano para tirar todo o veneno no balcão. Outro pensamento me veio a cabeça. Será que tinha contaminado a água? e agora? Naquela hora, não tinha o fazer.
Aproveitei a insônia e fiz uma pequena faxina na cozinha. Que diferença fazia, já tinha perdido o sono mesmo. Deixei tudo lindo, maravilhoso para o dia seguinte.
Até o chão ficou brilhando.
A partir de agora só dormimos com as janelas fechadas.
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